sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Steve Jobs: Tributo


Steve Jobs: gênio honorário dos games


No último dia 5, um dos maiores gênio tecnológicos da nossa era perdeu uma longa batalha contra um câncer pancreático. Naturalmente, Qualquer um que hoje engordura freneticamente a tela de um lustroso iPhone 4 ou de um iPad sabe que não apenas o seu novo gadget, mas também todo um estilo de vida que veio com este, representam parte do enorme legado deixado por Steve Jobs.
Mas será que o símbolo maior da Apple poderia ser citado por seus méritos em relação à hoje multibilionária indústria de games? Afinal, é provavelmente bem sabido pela grande maioria dos adeptos às novidades tecnológicas que Jobs praticamente não se envolveu com o desenvolvimento direto de jogos eletrônicos. Ok, há o desenvolvimento do arcade Breakout (em conjunto com o cofundador da Apple, Steve Wozniak).
O que pouca gente sabe é que a Apple tentou, em meados dos anos 1990, entrar em um mercado de games dominado por SEGA e Nintendo. A empresa da maçã criou o Pippin, aparelho que era uma mistura de computador pessoal, console educacional e aparelho de video game.

A própria Apple não seria a fabricante do aparelho e queria que outras empresas assumissem sua produção, dando ao Pippin a cara e funções que desejasse. Com controles e teclados sem fio, o aparelho compartilhava jogos com os computadores da marca e chegou ao mercado pelas mãos da Bandai. No total, o Pippin recebeu 18 games e vendeu 50 mil unidades nos dois anos em que esteve nas prateleiras.
Entretanto, convém dar uma olhada no suporte construído indiretamente ao longo dos anos, tanto pela Apple, como por Steve Jobs diretamente. De fato, não é preciso um grande faro para perceber que tanto o estilo atual de desenvolvimento de jogos quanto o mercado associado ao entretenimento eletrônico devem seus formatos aos esforços e ao caráter visionário de Jobs e de sua indissociável empresa. Talvez o ano  de 1984 seja um bom começo.
Meus parabéns, há um computador no seu quarto!Macintosh e a revolução da computação pessoal
Embora hoje pareça bastante natural que cada indivíduo com um mínimo de poder aquisitivo tenha seu próprio computador (ou unidade afim), naturalmente, isso nem sempre foi assim. De fato, se você hoje dá sentido a grande parte da sua existência distribuindo headshots em jogos de tiro online, é bom saber que isso se deve, ao menos em parte, ao caráter visionário de Steve Jobs.

O primeiro Macintosh foi lançado em 1984, e com ele era materializada a ideia de que seria possível contar com as facilidades da computação em ambiente doméstico. O Mac inaugural também foi o primeiro a substituir as abstratas linhas de comando por uma intuitiva interface gráfica... Acrescentando ainda um estranho periférico: o “mouse” — que não foi unanimemente bem recebido à época, diga-se de passagem.
Embora a Apple tenha passado por períodos um tanto conturbados nos anos seguintes, é provavelmente desnecessário reforçar o quão relevantes foram as estruturas inauguradas pelo primeiro Mac para o formato atual dos games.
Um bastião antipiratariaiTunes e um nova forma de comércio
A tremenda popularização do MP3 foi, possivelmente, a mudança mais dramática já experimentada pela indústria fonográfica desde que Beatles resolveram que gravar discos poderia ser mais interessante do que fazer shows. Afinal, provavelmente poucos, mesmo entre os mais moralistas, continuaram alegremente comprando CDs diante da possibilidade de conseguir qualquer música com uma rápida busca.
Mas o que parecia ser a mais completa e caótica anarquia acabou por ser incorporado em um novo formato de vendas, algo completamente sem precedentes. Sem qualquer exagero, pode-se dizer que o modelo de negócios inaugurado pelo iTunes ajudou a devolver o valor comercial às faixas que navegavam livremente pela internet, devolvendo a indústria fonográfica, ao menos em parte, à normalidade.
Embora, novamente, um advento de Jobs não envolvesse diretamente a indústria de jogos, é fácil observar que o sistema de pagamento rápido e fácil por conteúdos para download popularizado pelo iTunes acabou por pautar, direta ou indiretamente, todo o comércio digital de jogos atual.
Poderoso e populariPhone, o seu primeiro celular com poder real de fogo
Qualquer um que encarasse os jogos para celular desenvolvidos durante boa parte dos anos 90 possivelmente não acreditaria que o fenômeno atual da jogatina móvel seria possível. Afinal, boa parte da experiência à época resumia-se a fazer com que uma cobrinha ganhasse mais e mais pedaços em uma tela, podendo existir ainda uma pequena variação do Tetris original. Mas era isso.
Mas o iPhone original mudaria radicalmente esse cenário. A popularização absurda do smartphone da Apple fez pela telefonia móvel o que a Nintendo fez pelos consoles: levou novos formatos de jogos a um público não necessariamente hardcore.
De fato, qualquer prognóstico minimamente razoável pode prever a queda inevitável dos consoles dedicados à jogabilidade portátil por algo que é, ao mesmo tempo, multifunção e baseado em uma forma de comércio extremamente simples e convidativa — tanto para consumidores quanto para desenvolvedores.
Um epitáfio poderia trazer...Referências da indústria comentam a morte de Steve Jobs
Após o anúncio da morte de Steve Jobs, várias figuras proeminentes da indústria de tecnologia, de forma geral, e dos games, em particular, resolveram deixar sua homenagem ao gênio maior da Apple. Confira algumas mensagens abaixo (conforme veiculado pelo USA Today):
“Steve e eu nos encontramos pela primeira vez há uns 30 anos, e fomos colegas, competidores e amigos durante o curso de mais da metade de nossas vidas. O mundo raramente vê alguém que causa um impacto tão profundo quanto Steve causou, e os efeitos serão sentidos pelas gerações vindouras. Para aqueles entre nós sortudos o suficiente para trabalhar com ele, foi uma enorme honra. Eu vou sentir imensamente a falta de Steve.” (Bill Gates, presidente da Microsoft)
“Steve avisou para ‘encontrarmos o que amamos’. Ele achou o que amava, e mudou todo o nosso mundo fazendo isso. A sua paixão uniu tantas pessoas talentosas para focar em inovações, em qualidade, em usabilidade. O verdadeiro legado de Steve não está apenas nos produtos, mas na sua visão que guiou a Apple para o futuro.” (Michael Capps, presidente da Epic Games)
“Steve Jobs. Um grande, grande homem. Há um buraco no coração de cada geek nesta noite... Não tenho o meu coração quebrado pela morte de uma celebridade desde John Lennon.” (Ken Levine, “chefão” da Irrational Games)
“Steve foi único. Para muitos de nós que trabalham com tecnologia e entretenimento, Steve foi um novo tipo de herói que lidera com movimentos grandes, arrojados e que não busca menos do que a perfeição. Ele é o melhor modelo para um líder que aspira ser grande.” (John Riccitiello, CEO daElectronic Arts)
Fonte: Unitechy
Por fim, as criações de Steve Jobs, parecem, de fato, não se resumir a aparelho onerosos pelos quais boa parte das pessoas torra suas economias. Com suas criações, o gênio maior da Apple parece ter fornecido não apenas novos formatos, mas também um exemplo de inspiração capaz de prever e ditar tendências em igual medida. Para além dos games e da própria tecnologia.

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